Patmos A Cartas Do Apocalipse

Patmos a cartas do Apocalipse

O texto bíblico diz: “E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o Espírito de sabedoria, o Espírito de inteligência ou discernimento, o Espírito de conselho, o Espírito de fortaleza, o Espírito de conhecimento ou revelação e o Espírito de temor.”

Nos dias do seu ministério terreno, o Senhor Jesus, o Filho, confirmou as palavras do profeta Isaías ao proferir as sete parábolas do reino em Mateus, capítulo 13, versos de 3 a 50. Jesus usa a mesma sequência das sete operações do Espírito Santo sobre a igreja em seu tempo de existência:

Primeira: a parábola do semeador;
Segunda: a parábola do joio e do trigo;
Terceira: a parábola do grão de mostarda;
Quarta: a parábola do fermento;
Quinta: a parábola do tesouro escondido;
Sexta: a parábola da pérola de grande valor;
Sétima: a parábola da rede lançada ao mar.
Ao proferir as sete parábolas do reino, a recomendação do Senhor Jesus em duas delas foi: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça” (Mateus, capítulo 13, versos 9 e 43). Agora, no tempo da existência da igreja, o Espírito Santo executa o plano profético de Deus para a igreja através das sete cartas do Apocalipse, que determinam o período profético da existência da igreja no mundo.

Os Períodos Proféticos

Patmos A Igreja Nas 7 Cartas Do Apocalipse

A primeira carta refere-se ao período profético de Éfeso, a igreja apostólica, igreja dos dias dos apóstolos.
A segunda carta, ao período profético de Esmirna, a igreja dos mártires.
A terceira carta, ao período profético de Pérgamo, a igreja imperial, o cristianismo como religião do Império Romano.
A quarta carta, ao período profético de Tiatira, a igreja medieval.
A quinta carta, ao período profético de Sardes, a igreja da reforma religiosa do século XVI.
A sexta carta, ao período profético de Filadélfia, a igreja do avivamento espiritual do século XVII.
A sétima carta, ao período profético de Laodiceia, a igreja do fim dos tempos.
Em cada uma das sete cartas do Apocalipse, o Senhor Jesus recomenda: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Apocalipse, capítulos 2, versos 7, 11, 17, 29 e capítulo 3, versos 6, 13, 22).

Introdução Ao Estudo – Patmos A Cartas Do Apocalipse

Abordaremos, na primeira parte desta série, o momento em que se inicia na história o cumprimento da grande profecia que anunciou a execução deste plano profético de Deus. Ele abrange todo o período da existência da igreja na Terra.

Neste primeiro episódio da série “O plano profético da igreja nas sete cartas do Apocalipse”, falaremos sobre Jesus, o autor, e João, o escritor das sete cartas do Apocalipse: “Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou e notificou a João, seu servo, o qual testificou da palavra de Deus e do testemunho de Jesus Cristo, e de tudo o que tem visto. Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo” (Apocalipse, capítulo 1, versos 1 a 3).

A Ilha De Patmos

Esta ilha, a ilha de Patmos, foi palco das visões e revelações de Jesus Cristo, dadas por Deus a ele e notificadas ao apóstolo João. Como escritor do livro de Apocalipse, João foi aquele discípulo que inclinou a sua cabeça sobre o peito do Senhor Jesus, conforme registrado no Evangelho de João, capítulo 13, versículo 25, e capítulo 21, versos 20 a 22. Ali, ele por certo ouviu os sons das batidas do coração do Senhor Jesus. Isso mostra, profeticamente, que seria João quem iria escutar os sons da eternidade aqui nesta ilha e transferi-los para a igreja de Cristo através das sete cartas do Apocalipse.

João foi exilado nesta ilha, a ilha de Patmos, que fica no Mar Egeu e possui uma área total de quase 35 km². Nos dias do apóstolo João, a ilha de Patmos pertencia ao Império Romano e ela era usada para enviar criminosos e pessoas que se opunham ao império, uma vez que se tratava de uma ilha isolada e inóspita. Nos dias do imperador Domiciano, que governou de 81 a 96 d.C., os cristãos eram considerados fora da lei pelo imperador, por isso mandou que João fosse exilado à ilha de Patmos.

Capítulo Primeiro

Aqui, onde estamos, conforme consta na introdução do livro de Apocalipse, no capítulo primeiro, do versículo 9 ao versículo 11: “Eu, João, também sou vosso irmão, e companheiro na aflição, e no reino, e paciência de Jesus Cristo, estava na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus, e pelo testemunho de Jesus Cristo. Eu fui arrebatado em espírito no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande voz, como de trombeta, que dizia: O que vês, escreve-o num livro, e envia às sete igrejas que estão na Ásia: a Éfeso, e a Esmirna, e a Pérgamo, e a Tiatira, e a Sardes, e a Filadélfia, e a Laodiceia” (Apocalipse, capítulo 1, versos 9 a 11).

Cronos E Kairós – Patmos A Cartas Do Apocalipse

As sete cartas do Apocalipse às sete igrejas da Ásia Romana não falam simplesmente da história da igreja, mas da história profética da igreja. Ela tem seu tempo histórico, que é contado pelo cronos, que é o tempo cronológico. Contado por esse tempo, a partir do ano 33 d.C., quando do derramamento do Espírito Santo no Pentecostes, já se passaram quase 2000 anos.

Todavia, o verdadeiro tempo da igreja é o profético, ou seja, o kairós, que é o tempo incontável. Este tempo profético é o tempo da eternidade. O entendimento dos acontecimentos proféticos, ou seja, relacionados com a eternidade, é o que nos interessa nesta série sobre as sete cartas do Apocalipse. Quando a igreja entra no profético, ela entra na sua verdadeira história, porque a igreja fiel de Jesus é eterna. A mensagem é aquilo que o Espírito Santo diz à igreja fiel: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.”

A Igreja Que Trabalhou Com Paciência – Patmos A Cartas Do Apocalipse

Para termos uma ideia da distância entre o ponto em que estamos aqui na ilha de Patmos e Éfeso, que recebeu a primeira carta, podemos olhar e ver a distância além das próximas ilhas que se colocam à nossa disposição à nossa frente. Temos, ao final, alguns picos montanhosos que mostram já o litoral da Turquia, onde ali a primeira carta chegou, naquela região, na cidade de Éfeso.

Naturalmente, de um ponto qualquer aqui da ilha de Patmos, o apóstolo João escreveu a primeira carta à igreja de Éfeso para mostrar ao servo do Senhor Jesus as coisas que brevemente iriam acontecer. Esta foi uma igreja que trabalhou com paciência pelo nome de Jesus e ela não se cansou. Uma igreja que tinha discernimento espiritual, porque ela não tolerava os maus crentes e era capaz de pôr à prova aqueles que diziam ser apóstolos e não eram, e os considerava mentirosos. Aborrecia aquilo que era aborrecível aos olhos do Senhor, como no caso das obras dos nicolaítas. Aos vencedores desta igreja, o Senhor Jesus lhes assegura que eles comerão da árvore da vida que está no meio do paraíso de Deus.

Carta À Igreja De Esmirna

Atendendo ao chamado de Jesus Cristo, o apóstolo João escreveu aqui em Patmos a segunda carta, endereçada à igreja de Esmirna. Nesta carta, está clara uma mensagem de consolo e encorajamento a uma igreja que viveu a doutrina dando a sua própria vida por amor a essa doutrina. Embora sua prova de existência fosse baseada na tribulação, na pobreza e na morte, Jesus diz que conhece as obras dessa igreja e a classifica como uma igreja rica espiritualmente: “Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida”. Era a palavra de encorajamento para Esmirna, uma igreja que sabia que, se Jesus morreu e ressuscitou, morrer com Cristo era a certeza de ressuscitar primeiro para o encontro com o Senhor nos ares.

Cartas Para Pérgamo E Tiatira – Patmos A Cartas Do Apocalipse

Esta ilha de Patmos serviu de testemunha de tudo aquilo que foi mostrado pelo Senhor Jesus a João, seu apóstolo amado. João escreve as palavras notificadas a ele pelo Senhor Jesus, na terceira carta, dirigida agora à igreja em Pérgamo. Para dizer a esta igreja que ela habitava no lugar chamado de trono de Satanás. Mesmo assim, os fiéis nessa igreja retinham o nome de Jesus e não negavam a sua fé. Ainda que enfrentassem a oposição da falsa doutrina de Balaão e dos nicolaítas. Dessa forma, os fiéis em Pérgamo usaram a espada aguda de dois gumes da boca do Senhor. Para que a palavra que vem da boca do Senhor lhes desse o discernimento para fazerem a boa escolha.

O apóstolo João recebeu aqui nesta ilha de Patmos a incumbência de escrever num livro mais uma carta, desta vez à igreja de Tiatira. Jesus fala a essa igreja que as suas últimas obras são mais do que as primeiras, porém a adverte quanto à perigosa doutrina de Jezabel. Essa doutrina, chamada de as profundezas de Satanás, iria lançar o fermento do engano, da idolatria e da prostituição na doutrina dos apóstolos que foi estabelecida em Éfeso, vivida em Esmirna e posta à prova em Pérgamo. Para consolo dos fiéis dessa igreja, o Senhor Jesus lhes assegura que outra carga não lhes poria, ou seja, os fiéis não suportariam outra tribulação.

Mensagem Para A Igreja De Sardes

Partiu daqui, da ilha de Patmos, a quinta carta que o apóstolo João escreveu, dirigindo-a ao anjo da igreja que está em Sardes. Sendo assim, a mensagem de Jesus para essa igreja é que ela deve já estar desperta para a volta do Senhor Jesus. Apesar da carga pesada da qual saiu, como os restantes que estavam para morrer em Tiatira, essa igreja tem consigo os seus fiéis que não contaminaram as suas vestes com aquela perversa doutrina de Tiatira. Por isso, eles andarão de branco com o Senhor Jesus.

As revelações de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente iriam acontecer, agora estão sendo dirigidas por João. Para a igreja de Filadélfia. Para esta igreja, Jesus abre uma grande porta. A porta que iria levar a mensagem do Evangelho até aos confins da terra, a igreja do amor fraternal. Jesus assegurou a essa igreja que ela será preservada na hora da tentação. A tentação que há de vir sobre o mundo, porque ela guardou a palavra da paciência de Jesus. Para falar da proximidade da sua volta, o Senhor Jesus recomenda a essa igreja guardar o que tem para que ninguém tome o seu galardão.. Uma igreja que não recebeu do Senhor Jesus qualquer recriminação, porque foi fiel até ao fim.

Carta À Igreja De Laodicéia – Patmos A Cartas Do Apocalipse

A revelação de Jesus Cristo para a última igreja, a igreja de Laodiceia, João escreve e envia ao anjo dessa igreja. Ele vai em nome daquele que é o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus. João escreve a uma igreja indefinida entre o frio e o quente e, por isso, tornou-se morna. Dessa forma, a principal recomendação para uma igreja que vive um momento final da noite de trevas espirituais em que o mundo estaria vivendo, era apenas uma. Que ela comprasse de Jesus ouro provado no fogo, do batismo com o Espírito Santo.

Além disso, vestes brancas, a santificação do Espírito Santo, sem a qual ninguém verá a Deus. E também colírio para os olhos, para discernir entre luz e trevas na hora escura da noite em que o mundo estaria vivendo. Jesus recomenda a esta igreja ouvir a sua voz e abrir a porta do seu coração, pois o desejo dele é ter comunhão com esta igreja aqui neste mundo e também na vida eterna. Por isso ele disse: “Com ele cearei e ele comigo.”

Assim, encerramos aqui este primeiro episódio da série “O plano profético da igreja nas sete cartas do Apocalipse”. E lhe esperamos no nosso próximo episódio, quando iremos abordar o assunto relacionado com a carta a Éfeso. Até lá, e a paz do Senhor Jesus Cristo.

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