Quando Jesus veio ao mundo em Belém, os campos dos pastores estavam revestidos de oliveiras, conhecidas como “zait” ou “etzzait” no original hebraico, sendo assim a oliveira e Jesus a Luz e redenção. Ele é a verdadeira oliveira, e nas suas folhas encontramos um sinal distintivo. Na parte inferior das folhas, escamas brancas e prateadas a cobriam, enquanto a parte superior exibia um verde profundo. A dança das sombras sob o vento revelava um brilho prateado único. Além disso, os ramos externos balançavam na brisa, expondo o lado prateado das folhas, contrastando com a parte verde-escura nas folhas internas dos ramos imóveis.
Nesse cenário, naquela madrugada especial em Belém, o anúncio da redenção ressoou, e os pastores testemunharam o campo ganhando vida com a brisa que enchia o vale da prata remidora (Jeremias 11:16).
O Significado de Oliveira no Hebraico
No idioma hebraico, a palavra “oliveira” é traduzida como “zayit” (זַיִת) ou “zayit shemen” (זַיִת שֶׁמֶן). Ela faz referência à majestosa árvore das oliveiras e às suas dádivas douradas, as azeitonas. A oliveira detém uma posição de destaque na rica tapeçaria cultural do Oriente Médio, pois suas generosas azeitonas são a fonte preciosa do valioso azeite de oliva, enquanto seu simbolismo reverbera através das páginas sagradas das Escrituras.
Através das páginas da Bíblia, a oliveira emerge como um poderoso símbolo, carregando consigo as profundezas de significados. Mencionam-na em passagens que destacam a paz, a prosperidade e a luz que ela representa. Portanto, como a suave brisa que sopra na calmaria após a tempestade, a oliveira é o sinal de esperança na história de Noé, quando a pomba traz um ramo verde de oliveira, prenunciando o fim do dilúvio (Gênesis 8:11).
Em Romanos 11:17-24, o texto utiliza a oliveira como metáfora para retratar o enxerto dos gentios no tronco, compartilhando a seiva das promessas divinas. Uma imagem que reflete a graça divina e a união das almas.
A Oliveira em Contexto Bíblico Jesus Luz e Redenção
Frequentemente, comparava-se Israel a uma oliveira, bela e resplandecente, já que irradiava sua luz em todas as direções. Portanto, uma visão notável é a do candelabro de Zacarias, ladeado por duas oliveiras — um rei e um sumo-sacerdote, que representam Jesus, detentor das prerrogativas de realeza e sumo-sacerdócio, simultaneamente, tudo impulsionado pelo espírito (Zacarias 4:6). O candelabro, que está repleto com o óleo das oliveiras, simboliza Jesus como a luz do mundo e é o emblema de Israel, tremulando onde quer que o coloquem.
O Renovo e o Cajado do Pastor
Um detalhe importante é a ramificação da oliveira, de onde surgem os galhos. Nesse ponto, o cajado do pastor, chamado de “hoter” no antigo hebraico bíblico, é cortado. Nas raízes próximas à planta, brota um pequeno galho, chamado “netzer,” que significa renovo. Além disso, esse renovo é o guardião e protetor da planta, responsável por propagar a nova geração de oliveiras. Isaías 11:1 profetiza: “Porque brotará um rebento (hoter) do tronco de Jessé e das suas raízes um renovo (netzer) frutificará.” O hoter representa a ramificação do trono que leva a um ramo vigoroso, cortado, trabalhado e polido para se tornar o cajado do pastor, servindo como arma e guia.
Comparação com Saul e Davi
Em contraste, Saul foi comparado a uma ramificação de sicômoro, uma figueira-brava ou zambujeiro, que murcha rapidamente após ser separada da árvore e não serve para criar uma nova. Davi, por outro lado, é como uma ramificação de oliveira que cresceu em uma árvore majestosa após ser plantado. A muda da oliveira pode sobreviver dias após ser cortada da árvore original, sem solo ou água. Jesus, o Messias, descendente de Davi, filho de Jessé, lidera seu rebanho representado pelo hoter, o cajado do pastor.
A Oliveira como Símbolo de Purificação
A oliveira era uma das colheitas mais importantes de Israel. Além disso, Jeremias compara o povo de Israel a uma oliveira frutífera (Jeremias 11:16). Contudo, quando usada como alimento, a oliveira fornece óleo de oliva, extraído em prensas antigas, algumas ainda presentes em Israel. Após amadurecerem na árvore, as pessoas colhiam as azeitonas e as prensavam sob uma pedra pesada que rolava sobre elas. O óleo gotejava em tanques sob a prensa. Esse processo de purificação se assemelha às dificuldades enfrentadas por Israel em sua história, como uma prensa pesada. Jeremias chama o povo de uma “oliveira nova,” espalhando luz por todos os lados.
Jesus, a Oliveira da Luz e Redenção
Por fim, a oliveira produz o melhor óleo para as candeias de barro (óleo de oliva) e é conhecida como “a árvore da luz”, simbolizando a paz. Jesus, a oliveira verdadeira, proclama: “Eu sou a luz do mundo.” Ele não precisa do óleo da oliveira para ser a luz do mundo, mas se compara a ela, pois o óleo de oliva produz uma luz constante, inabalável e pura. Assim como as azeitonas eram batidas uma a uma no almofariz, Jesus também passou por sofrimentos que lembram o tratamento especial dado às azeitonas.
